A Telefônica Vivo já usa tecnologia OpenRAN em sua rede celular em duas cidades do Nordeste brasileiro. A operadora realiza desde o final do ano passado dois pilotos já comerciais com o padrão, que prevê uso de protocolos abertos na construção de redes móveis.
Segundo Átila Branco, diretor de planejamento de redes da companhia, as cidades de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) foram as escolhidas. Ele contou, durante live realizada hoje, 30, pela Futurecom, que foi realizado um “overlay” dos sistemas de padrão aberto sobre a rede 3G dessas cidades. Dessa forma, o LTE foi habilitado em toda a área urbana dos municípios.
Ele explicou que o investimento se deve por orientação estratégica do grupo Telefónica no mundo. Em ambas as cidades, a implementação das tecnologias OpenRAN foi feita pela empresa Altiostar, da qual o grupo espanhol é sócio, e pela Mavenir.
E o que começou como uma experiência, se tornou realidade, afirmou o diretor da tele. “A primeira descoberta é que a tecnologia é viável e funciona. Há temas a serem desenvolvidos, não tanto do ponto de vista tecnológico, que atende, mas do operacional”, afirmou.
Para o executivo, o modelo OpenRAN poderá ser trabalhado nas futuras redes 5G. Mas por enquanto, diz, é cedo para decidir isso. A implantação da rede é feita caso, e apenas uma análise de cada mercado onde haverá redes 5G dirá onde vale adotar o modelo tradicional, baseado em poucos fornecedores, ou o OpenRAN, que adota múltiplos fornecedores por recorrer a tecnologias de massa para rodar funções de rede de forma virtualizada.
A ser ver, os protocolos abertos são o futuro. Isso porque o mercado de fornecedores anda muito concentrado em três empresas. Ele não citou quais, mas Huawei lidera no mundo o fornecimento de equipamentos de rede de telecomunicações, seguida por Ericsson e Nokia.
“O mercado está muito centralizado, e a gente precisa de alternativas. Mais competição fomenta a inovação, a redução de custos, a possibilidade de usar a mesma infraestrutura para outras tecnologias, como IoT e edge computing. Em termos de custo, não é eficiente comprar um equipamento que é o mesmo para uma operadora da Índia, são necessidades diferentes”, frisou.
Matéria originalmente publicada Por Rafael Bucco para o
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