A agilidade nos negócios é uma característica buscada por todos. Conhecido como Digital Business Agility, o conceito implica em responder, de modo rápido e imediato, às mudanças que acontecem no mercado. E, com a pandemia, elas foram (e estão) cada vez mais recorrentes. O que era realizado em meses, por exemplo, passou a ser feito em semanas, como o lançamento de produtos e a incorporação de novas tecnologias ao processo produtivo.
O desafio de atender prontamente às demandas é grande e depende de três vetores específicos. O primeiro, chamado de Hyper Awareness, é a capacidade de captar dados e informações relevantes para a companhia. Em seguida, está o informed decision-making, que é a tomada de decisões com base nas informações coletadas e analisadas.
Por fim, destaco a execução rápida (ou fast execution), que consiste na agilidade para colocar as tarefas em prática. Todas as fases que acabo de descrever dependem da digitalização. Recursos tecnológicos recolhem dados, otimizam a análise das métricas e viabilizam as ações com maior rapidez. No entanto, não fazem o trabalho sozinho.
O nível de maturidade digital depende da integração entre o cérebro humano e as ferramentas digitais utilizadas. As organizações precisam interagir cada vez mais “cérebros digitais” – smartphones – do que com os “cérebros biológicos de seus colaboradores internos e clientes.
Empresas que não tiverem seus aplicativos “rodando” nos smartphones de seus clientes deverão enfrentar graves desafios de sobrevivência em um futuro próximo!
Maturidade digital não permite conservadorismos
Algumas companhias vetam o uso de aparelhos celulares no parque industrial, o que pode ser contraproducente. Existem formas de se evitar distrações e bloquear acessos a conteúdos indevidos durante o período de trabalho sem penalizar a produtividade, que está diretamente ligada à capacidade de processamento digital dos colaboradores.
Continuar tentando se comunicar com cada um deles apenas por meio do cérebro biológico é uma forma de desprezar uma possibilidade muito relevante de comunicação.
As companhias que comunicam de maneira efetiva com seus clientes, funcionários e parceiros utilizam o cérebro digital deles. Ou seja, com aplicativos rodando nos aparelhos de cada um, conseguem coletar grandes quantidades de informação e auxiliar os profissionais a ter maior agilidade para tomar decisões e executar tarefas.
As empresas que ainda não se comunicam por um cérebro digital provavelmente terão sérios problemas de existência. Isso é uma grande barreira para o futuro.
Além das pessoas e dos modelos de negócios, existem outros vetores da maturidade digital igualmente relevantes, como os fatores organizacionais, de inovação, tecnologia e processos. Afinal, de nada adianta adquirir as melhores tecnologias para digitalizar um processo se ele for ruim.
Nada será melhorado apenas por estar em um outro ambiente ou ser pautado por alguma inovação. Com foco nos negócios e nos clientes finais, é importante utilizar tecnologias digitais para melhorar processos e agregar valor.
TI tem um papel decisivo na indústria
Os modelos organizacionais tradicionais não favorecem a transformação digital. Empresas que funcionam em silos, estruturada em departamentos, criam barreiras para a Digital Business Agility que vem sendo tão necessitada pela indústria. E, mais uma vez, a inteligência humana é decisiva para a maturidade digital da companhia.
Nesse contexto, profissionais como Chief Technology Officer (CTO) ou Chief Digital Officer (CDO) são essenciais. Tê-los nas equipes é um indicador importante de maturidade avançada, pois são lideranças capazes de conectar todos os departamentos e alinhar os vetores da transformação, priorizando aqueles projetos que terão maior impacto para o negócio.
Precisamos pensar nas áreas de TI como fundamentais nesse processo. Elas têm o papel de orquestrar. Sua função não é instalar redes nas áreas de produção ou fazer manutenção. Assim como em uma orquestra, não cabe ao maestro tocar os instrumentos, mas sim definir a melodia e assegurar a harmonia entre cada um dos integrantes da orquestra.
Por isso, esses profissionais precisam estar cada vez mais perto das áreas de negócio da companhia, o que lhes permitirá agir de forma programada e com mais planejamento. Antecipação e é a palavra-chave no contexto de superação dos desafios da Transformação Digital. Gosto bastante de usar o termo “vortex digital” nesse contexto, pois está relacionado aos furacões.
Assim como no vortex digital, esses fenômenos naturais implicam em preparar a casa para um impacto que pode ser fatal.Você se prepara e reforça a infraestrutura antes do impacto, porque. depois que é atingido, já não tem mais nada que possa ser feito.
Como conectar todos os pontos da indústria?
Já falamos aqui sobre agilidade, equipes e cérebros digitais. Agora, precisamos saber como ligar todas as pontas. E eu tenho a resposta: conectividade. Há diversas aplicações inundando a área produtiva, tais como óculos de realidade virtual, rastreamento ou tracking para o controle de ativos, empilhadeiras autônomas, robôs, tablets para controle de processos e outros devices.
O uso dessas soluções exige alta disponibilidade de rede com segurança, uma vez que os processos produtivos dependem cada vez mais dessas ferramentas. A rede deve garantir, então, a funcionalidade de todos, com robustez. Uma parada na rede de comunicação pode gerar riscos à saúde dos operários, queda na produção e falhas de manutenção, implicando diretamente na vida útil dos equipamentos.
Além disso, recursos suportados pela conectividade ainda podem contribuir para diferentes áreas da indústria, assegurando economia de energia, por exemplo. Sensores podem identificar em quais linhas de produção é possível reduzir gastos com água e energia elétrica.
Em outra frente, sensores de vibração conectados em máquinas elétricas conseguem monitorar a vida útil dos equipamentos. Estamos falando em milhares deles. Isso requer muito planejamento, antecipação e, sobretudo, atenção à segurança. Precisamos ter o cuidado de conectar todos esses devices à rede, garantindo funcionamento e disponibilidade.
Para todas as aplicações funcionarem, no entanto, é preciso ter uma arquitetura de rede sólida, que inspire segurança. E construí-la faz parte da jornada de transformação digital, que nunca foi tão abordada como no momento em que vivemos. É a hora de acelerar e investir na modernização do setor de manufatura. Pense nisso.
Matéria originalmente publicada por Severiano Leão Macedo, para o
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